domingo, 31 de maio de 2009

Revolução dos Malês

Durante as primeiras décadas do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835.
Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os hauçás e os nagôs. (Termos étnicos que representavam identidades criadas pelo tráfico de escravos, onde cada termo continha um leque de tribos escravizadas de cada região da África).
Foram eles que participaram da rebelião, conhecida como dos "malê", pois este termo designava os negros muçulmanos, que sabiam ler e escrever o árabe.


Nos confrontos morreram alguns integrantes das tropas oficiais e vários negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram bastantes torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África.


Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de D. Pedro II.
...continua até os dias atuais: A intolerância e a perseguição às religiões afro-brasileiras; e a Liberdade religiosa constante da Constituição Brasileira nem sempre é respeitada.


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